No momento da escolha do posto de combustível em que vamos abastecer, pode vir à nossa cabeça: será que neste posto estão vendendo gasolina adulterada? Isso ocorre principalmente quando vemos aquelas filas quilométricas de carros em postos de combustíveis com preços excessivamente baixos.
Infelizmente, essa é uma medida fraudulenta realizada por alguns postos e distribuidoras, quando se adicionam solventes ou outros compostos à gasolina a fim de tornar o produto mais barato. No entanto, a sua qualidade diminui drasticamente e pode trazer prejuízos para o carro e para o bolso.
Os compostos adicionados à gasolina também precisam ser combustíveis para que também entrem em combustão e não deixem vestígios. Tanto é que o consumidor geralmente só percebe que foi passado para trás, quando já é tarde demais.
Geralmente, essa adulteração é feita acrescentando-se etanol à gasolina acima do especificado por lei. Segundo a Portaria 678 de 31/08/2011, do Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a quantidade adicionada de álcool deve estar entre 20% a 25% em volume.
Se esse limite for ultrapassado, o resultado será que no motor de explosão interna haverá uma mistura “pobre” de ar/combustível, levando a uma dirigibilidade menor, falhas de funcionamento do motor, diminuição do poder calorífico da gasolina e perda de desempenho.
Para descobrir se a gasolina que você usa está adulterada com etanol, leia o texto: “Determinação do teor de etanol na gasolina”.
Além do etanol, podem ser adicionados à gasolina também óleo diesel e querosene, por serem mais baratos e perfeitamente miscíveis com a gasolina. Isso poderá resultar numa carbonização da câmara de combustão. Como sua octanagem é muito baixa, pode causar detonação em baixas rotações. Para saber se a gasolina está adulterada com óleo diesel, basta expô-la à luz ultravioleta, que ela ficará com um aspecto turvo, meio leitoso, pois o diesel emite fluorescência.
São usados também outros solventes como a aguarrás e o solvente para borracha (SPB ou benzina industrial). Este último é citado informalmente como um dos mais empregados nesse tipo de fraude. Esse solvente pode atacar as partes de borracha do sistema de admissão de combustível, diminuir a octanagem e aumentar a tendência à detonação, conhecida como batida de pino.
Entre os gastos mais comuns realizados pelo consumidor devido ao uso de gasolina adulterada estão o entupimento da bomba da gasolina, sendo que o conserto fica em torno de R$300,00, e a corrosão do sistema de injeção eletrônica, que custa em média R$1.500,00 nos veículos populares.
Para evitar ser enganado, desconfie de preços excessivamente baixos, sempre abasteça no mesmo posto, pois será mais fácil de identificar de onde veio a adulteração, escolha postos com bandeira e, ao abastecer enquanto estiver viajando, peça a nota fiscal.
Segundo a Resolução nº 9 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o consumidor pode solicitar ao revendedor a realização do teste do combustível no posto. O poder de fiscalizar e/ou multar os postos cabe à ANP.
O artigo 26 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8.078 - 11/9/90) diz que o direito que o consumidor tem de fazer alguma reclamação do produto espira em 30 dias para produtos não duráveis e em 90 dias para produtos duráveis.